terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Festinha sem açúcar é possível?

Com a entrada do Téo para a escolinha uma das primeiras coisas a acontecer foi a festinha de aniversário!

Primeira providência a ser tomada após receber o convite foi providenciar um presentinho para o amigo (dessa vez um colega de outra turma, a completar 2 anos).

A segunda providência foi aprontar uma marmita pro Téo.

Ué? Se pergunta o leitor: "Marmita?" "Vai levar sanduíche pra banquete?"

Sim caros amigos, exatamente isso.

Optamos por deixar o Téo longe do açúcar pelo menos nos seus 2 primeiros anos de vida, depois disso poderemos até dar, mas sem exageros. Então, o Teodoro para frequentar uma festinha de aniversário regada a muito negrinho e refrigerante tem que levar seu próprio lanche.

Alguns devem estar pensando: "Que maldade! Tadinho!". A questão é que o açúcar, esse branco e refinado que estamos acostumados a consumir e encontramos facilmente nos supermercados são "vazios", não tem nutrientes. A cana-de-açúcar perde todas as suas propriedades depois do processo de refinamento, principalmente para o açúcar ficar branquinho e fininho (alguém já viu rapadura de cana branca?).

Veja, que em nenhum momento disse que o Teodoro terá uma dieta sem "açúcares", esses são indispensáveis fonte de energia e são encontrados em outros alimentos como o leite e frutas, e segundo um artigo do Guia do Bebê são digeridos mais facilmente:

"Os açúcares fazem falta na alimentação, mas fazem parte da dieta habitual e são encontrados, por exemplo, no leite (lactose), nas frutas (frutose e sacarose). Pelo processo digestivo são desdobrados em açúcares mais simples. Por exemplo, a lactose é desdobrada em glicose + galactose e a sacarose em glicose + frutose. O amido das farinhas de cereais e dos túberculos (como a batata) e raízes (como a mandioca) também são desdobrados no intestino em móleculas de glicose. O amido, na verdade, é uma longa cadeia de moléculas de açúcar (de glicose, para ser exato). Em outras palavras: ninguém pode viver sem açúcar, que é uma fonte de energia, mas a dieta normal tem açúcares naturais em abundância, o suficiente para cobrir nossas necessidades. Esse açúcares não nos fazem mal nem provocam cáries, porque suas moléculas são grandes."

E o consumo indiscriminado de balas, chocolates e guloseimas por crianças tem mais um fator que me preocupa bastante: é fácil viciar em açúcar. Pois em nosso organismo ele provoca uma sensação de euforia seguida de um estímulo à produção de insulina, que baixa os níveis de açúcar no organismo, trazendo cansaço, o que te "induz" a comer doces novamente para "recuperar" a energia. O vício, por si só já é algo nada agradável, e o em açúcar provoca a perda de apetite para outros alimentos o que pode tornar a criança, ao mesmo tempo, obesa e anêmica.

E será que vai ser difícil levar esse "plano" adiante? Acredito que não.

Eu mesma não fui criada com muito acesso a guloseimas, uma porque na minha infância essas coisas eram mais caras que hoje (e tb o poder aquisitivo da minha família era bem restrito) e outra porque minha mãe sempre seguiu uma linha mais natureba. Disso resulta que não tenho dificuldade em apresentar outras opções para o Téo: frutas secas, gelatina, sucos naturais e todos os tipos de frutas. Educamos pelo exemplo, e ele com certeza me verá comendo frutas com frequência e prazer.

A "pressão familiar" também é grande. Sempre tem alguém pra oferecer uma bala, um pirulito e etc. Nesse caso resta alertar a todos e ter sempre a mão substitutos saudáveis. Caso típico é a minha avó (no caso, bisavó do Téo): no auge dos seus 90 anos ela costuma oferecer aos netos, e agora aos bisnetos, um pequeno "coquetel" de açúcar: merengue com guaraná!!!
A cena foi a seguinte: o Téo nem bem tinha completado 4 meses, ainda não tinha saído da amamentação exclusiva e ela veio com sua "especialidade" pra ele! E quando eu, delicadamente recusei explicando que ele não comeria açúcar até os 2 anos, ela prontamente me advertiu: "Que bobagem! Assim ele vai ficar fraquinho!". Obviamente, não me dei ao trabalho de explicar os detalhes pra ela, é outra geração e respeito. Fica por conta da minha "modernidade" como ela diz.

Fato é que se tu tem família grande sempre vai ter alguém para questionar essas decisões e implicar, mas com jeitinho e paciência dá pra fazer todos entenderem que a saúde do pimpolho é responsabilidade dos pais.

No caso da festinha fiz uns "negrinhos de banana": com um boleador fiz bolinhas de banana e confeitei com aveia e coloquei nas forminhas de doces. Assim ele não teria docinhos diferentes do que os oferecidos na festa. Providenciei também suco de soja e água de côco, seus preferidos, para ele beber. Como salgadinho comprei bolachinhas integrais bem pequenas, que também cabiam nas forminhas. Pronto!

Acha que deu trabalho demais??
Será que não será pior tentar corrigir um mal hábito mais tarde?
Será que não é melhor "passar trabalho" dessa maneira do que lidar mais tarde com algum problema de saúde?
Enfim, cada cabeça uma sentença... ;-)



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Um comentário:

Blog Aline disse...

parabéns sherol, concordo com vc e assino mil vezes em baixo. P mim tb vai ser MEGA complicado evitar doces e frituras ao Bezinho, eu adoro um chocolatinho, mas ja estou me adaptando ficar sem...UFA! É duro, não...ele vai me agradecer no futuro, só espero nao entrar numa guerra com o avô dele de novo, pois é, com o avô. Mas te mando um email explicando melhor. Bjus e saude p nosso gatinho Teo.