terça-feira, 19 de julho de 2011

Desmame: adaptação difícil

Quem me conhece um pouco ou já leu algumas coisas que postamos no blog sabe que aqui em casa a amamentação sempre foi prioridade. Passei a gravidez toda me preparando para amamentar o Téo, e "graças a Deus" sempre tive muito, mas muito leite mesmo (aqui).

Nossa intenção sempre foi amamentar até pelo menos o Téo completar 2 anos. Mas, hoje, aos 1 ano e 4 meses de vida posso dizer: o Téo tá desmamado.

Vocês não imaginam como é difícil pra mim escrever essa frase. Pensar nisso sempre foi uma coisa que reservei para um futuro distante. O futuro chegou, e pra mim está sendo bem duro.

Já faz algumas semanas que o Téo não quer saber de mamar no peito, na primeira vez até achei graça dele balançando a cabeça dizendo não (aqui). Eu, internamente, me recusava a admitir.

Eu segui oferecendo. Algumas vezes ele topava, outras não. E logo o "não" se tornou o mais frequente.

Com isso, o meu leite vai escasseando, na última vez que ele mamou tomou uns dois goles e disse: "ba-bô" (traduzindo = acabô).

Pode parecer muito drama para alguns, mas pra quem já amamentou sabe o quanto esse momento é mágico. É uma conexão muito intensa que a mãe vive com sua cria. Eu sempre quis amamentar, tive muito leite e nunca pensei que o desmame ia ser tão cedo. Na boa, não tava preparada.

O primeiro momento é de negação: ele não quis mamar e a gente pensa "Não tá com fome". Depois de algumas recusas vem o momento "mamãe-culpada-mártir-ai-meu-deus-onde-foi-que-errei": será que eu devia insistir mais? Será que ele tá bem alimentado? Será que eu não devia ter dado mamadeira pra ele? Será? Será? Será?

Pausa. A culpa é uma companheira que vem de brinde com o exame de HCG: basta ser mãe pra sentir alguma culpa. (leia um belo texto da Glau aqui). E para mães "teimosas" e cheias de "convicções" como eu parece que pesa em dobro. Despausa.


Mas devemos deixar o coração guiar, ele me diz que chegou o momento. Usei o coração para saber quando o Téo precisava mamar e agora tenho que ouví-lo pra aceitar que ele não quer mais, não precisa. Não interessa que os manuais mais "descolados" me digam que tenho que amamentá-lo até os 2 anos. Aqui em casa isso é com o Teodoro. Ele mamou sempre em livre demanda, então nada mais justo do que desmamar em livre demanda.


Escrevo um pouco também pra me consolar. Sinto saudades de amamentar e depois ficar uns bons minutos com ele de pé no meu colinho (até hoje a posição predileta dele). Sinto saudades até de ter que pensar em roupas fáceis de "sacar o peito" em qualquer lugar! (neste findi pus um vestido que não usava por não dar pra amamentar...)

No último final de semana dei as últimas insistidas, e decidi que não vou insistir, se ele pedir claro que dou, mas quase não tenho mais leite (sem demanda fica difícil manter a produção, a natureza é sábia) e acredito que seja o melhor pra nós dois.

Coincidência ou não ele anda numa fase "ternurinha" comigo. É carinho, beijinhos e abraços apertados toda hora. Acho que ele sente que me dói e na verdade tá me consolando. É como se dissesse: "Mamãe, eu te amo viu?! Com mamá ou sem!"

;-)

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