terça-feira, 23 de agosto de 2011

Conversas no Ônibus

Começo esse post com um pequeno desabafo e se você não é muito de ouvir lamúrias, por favor, pule para o segundo parágrafo. Ok, ok, pule para o terceiro ;o) 

Prometi a mim mesmo que jamais usaria o artifício "tempo" para não escrever no blog do Téo, mas uma Pós Graduação (graças a Deus já finalizada), um segundo emprego dando aulas a noite e uma "troca de sistema" na empresa me calaram a boca com louvor: "Não prometa o que não possa cumprir baby". Para meu consolo, a atenção que me falta ao blog não me falta presencialmente, logo me julgo e me absolvo da acusação de "me esconder atrás da falta de tempo" a qual estamos todos subjugados e toco a bola para a frente num novo post. Isso é claro, sem esquecer que a Sherol têm mantido esse blog muito bem sem mim. Desabafo feito, eis o post.

Estávamos eu e o Téo voltando para casa depois de um dia estafante para ambos (eu no trabalho, ele após um níver na escolinha). Sentei no banco do ônibus e agradeci o frio enlouquecedor de Porto Alegre, pois pude ir mega-abraçado no Téo por boa parte do caminho sem ter os olhares de "PAI BABÃO PRESENTE" me perseguindo, apesar de ser definitivamente fã do meu filho (ok, ok, vou ejetar o pai babão, pelo menos até o final deste post). Enfim, estávamos aconchegados e o Téo já se apresentando à Morfeu para o soninho costumeiro da viagem de 40 min e muito bem agasalhado. Tão bem agasalhado que o papai, atento que só, não percebia que já na metade do caminho o coitadinho já estava com o cabelo molhado de tanto suar a testa :o)

Mas por que o título do post é "Conversas no ônibus"? Pois bem, a moça que estava sentada ao meu lado, e que, diga-se de passagem, foi muito gentil ao permitir  que eu e o Téo "nos acomodássemos" confortavelmente naquele banco estreito, ficando ela praticamente sentada com "meia bunda" ;o), vira pra mim e dispara:
- "Posso te fazer uma pergunta?"
Eu: - "Claro", mas já ligando o "Sensor aranha" pois o que tem de louco nesse mundo né, vai saber?!
Ela: "Será que ele não está com calor?"
Olho para o Téo e me apavoro, primeiro com o suor dele e depois com minha patetice, hehehe (desculpa filho, sei que você vai ler isso um dia). Removo o casaco do guri e agradeço com aquela expressão envergonhada  tentando salvar minha reputação de bom pai. A moça, percebendo meu constrangimento e, me dando a oportunidade de me redimir frente a mim mesmo me pergunta?
- "E aí, como é ser pai?"
Oh-oh, grande erro moça. Palestrei os 20 minutos restantes heheheh. Comecei em "No início era uma escuridão e então fez-se a luz", e acabei no dia da festa da escolinha. Ok, brincadeirinha, é claro que procurei não ser um completo chato de galochas, pois as vezes pais babões tem essa mania. A questão é que notei nela nitidamente a vontade de ter filhos, mas não pude perceber se o que faltava era a coragem, um bom parceiro, enfim, parecia que a indecisão lhe corroía os pensamentos. Sem contar que posso ter sido um agravante pois ela certamente deve ter pensado "Já pensou ter filho com um cara desses que sequer nota o filho virando suco no próprio colo!?" ;o)

Enfim, esse post é só para dizer em caixa alta: NÃO TENHAM MEDO. ENTRE CASAR E COMPRAR A BICICLETA: CASEM ;o) E TENHAM FILHOS, COMO DIRIA O CIDADE NEGRA, "FILHOS FEITOS DE AMOR". O Téo foi a coisa mais maravilhosa que me aconteceu na vida, e posso dizer, sem medo de errar, que também o foi na vida da Sherol. É claro que criar filhos têm suas complicações, mas todas transponíveis com dedicação e paciência. Ele definitivamente não sabe o que "bem material" significa, mas com certeza sabe exatamente o que significa "amor" e isso é tudo o que você precisará. É claro que precisa ser uma decisão muito bem pensada, só não pense a vida toda. Também não caia na besteira de achar que o seu amor pelos seus filhos é só o que interessa e ame a si mesmo também. Isso lhe permitirá dizer os nãos que a vida dele(a) lhe exigirá.
 
Ah e quanto aos pais babões "desligados" (e se você abrir o dicionário no verbete "desligado" encontrará uma foto minha com cara de cachorro pidão), não se preocupem, eles entram logo na linha e mais ajudam no que atrapalham na criação dos filhos (pelo menos eu acho hehehe). Então fica a dica, se quiser puxar papo comigo no ônibus fique a vontade. Só esteja preparado para esse discurso, pois meu amor por esse guri simplesmente não tem fim.


Eu e o Téo no bus.

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