Baixada a poeira das comemorações do Primeiro Aninho do Téo pensei em relatar aqui um pequeno balanço dessa jornada. Passa muito rápido o tempo, parece que foi ontem que relatei aqui as emoções de ter pela primeira vez meu pimpolho nos braços...
Pensei em principalmente relatar aqui as dificuldades que encontrei nesse ano, porque a parte boa todo mundo conhece.
Os ingênuos me perguntariam: "Como assim, dificuldades???", e eu respondo que aquela máxima é muito verdadeira: ser mãe é padecer no paraíso! As dificuldades existem sim e são bastante intensas, principalmente se tratando de uma estreia como a minha. Para o post não fica muito "depressivo" vou relatar as dificuldades e os "paraísos".
Dificuldade 1: seios ingurgitados
Relatei aqui a dor e a delícia das primeiras mamadas. Durante toda a gravidez pedi a todas as instâncias sobrenaturais que me dessem muito leite, não conseguia nem sequer conviver com a ideia de não amamentar, então na linha de "cuidado com o que você deseja" eu fui literalemente inundada de leite! kkkkk
Paraíso 1: muito leite
Como visto tenho muito leite, e isso garantiu que o Téo fosse amamentado exclusivamente com leite materno até o 6º mês. Mesmo depois que voltei a trabalhar conseguia deixar leite para ele tomar durante o dia e chegava em casa com bastante leite ainda. Cheguei a ordenhar 800ml!!! Ganhei até um simpático apelido "Sherol-leza" (em homenagem às vacas tirolezas... tsc..tsc...tsc...)
Dificuldade 2: os pontos
Mesmo com a yoga não fugi de uns belos pontos no períneo e devo dizer que uma das coisas mais incômodas que já vivi.
Paraíso 2: parto normal
Quem acompanha o blog já deve ter lido o nosso relato de parto e sabe também que sempre fui defensora feroz do parto natural. Depois do nascimento do Teodoro fiquei ainda mais partidária do parto normal/natural: foi uma das experiências mais enriquecedoras e gratificantes da minha vida sem sobra de dúvida. Descobrir em mim a força mais sublime da natureza, me descobrir capaz de gerar e parir um outro ser humano me fez muito mais consciente das minhas forças e por consequência das minhas fraquezas.
Cada dia mais me convenço de que negar o direito a uma mulher de parir seu filho de forma natural é negar a ela o direito de se conhecer/reconhecer sua força interior. É uma questão de empoderamento feminino.
Dificuldade 3: creche ou babá?
Tá aí uma escolha muito difícil. Sempre que alguém me pergunta como resolvemos isso aqui em casa levo uns segundos para elaborar a resposta... Na verdade, optamos por uma mescla e tivemos sorte de encontrar a Michele, que sempre foi ótima com o Teodoro.
Paraíso 3: creche e babá.
Nesse caso foram dois paraísos em 1. Primeiro: sentir que escolhemos uma pessoa legal para cuidar do nosso tesouro, olha só o chamego dos dois no aniversário do Téo, 3 meses depois da saída da Michele:
Segundo: ver o Teodoro confortável na escola, na primeira semana de aulas ele já não chorava mais quando chegava na porta da escola (uma manha sempre rola, mas chorar mesmo nãnã...) e agora está fazendo "trabalhinhos", olha isso:
Dificuldade 5: volta ao trabalho.
Depois de quatro meses inteiramente dedicados a cria chega o momento de deixar o ninho. Aqui a dificuldade, para mim, foi somente logística: acordar muuuiiitttoooo cedo para deixar leite, dar de mamar, correr para pegar o ônibus, tirar leite no trabalho e guardar, voltar correndo com o leitinho congelado... ufa! E nesse meio tempo retomar os assuntos, novidades e demandas depois de 4 longos meses afastada.
Paraíso 5: volta ao trabalho.
Aqui o meu momento "bruxa": não chorei e nem sofri para voltar ao trabalho. Gosto do que faço, sinto necessidade de estar na rua e tenho certeza, ainda mais depois da licença, que largar tudo e ser "do lar" me transformaria numa mãe frustrada e infeliz, tudo o que não quero para o Teodoro. Ainda acho que a licença tinha de ser de 6 meses, pois facilitaria para a amamentação exclusiva, nem todo mundo tem possibilidade de tirar leite e guardar com segurança (leia-se freezer, bolsa térmica e etc). Então, apesar das dificuldades e da saudade do pimpolho, voltar ao trabalho me fez muito bem.
Dificuldade 6: ah! me esqueci, eu tb sou esposa...
Pois é gente, essa é uma grande e decisiva barreira: conciliar os papéis de mãe e esposa. Sinto que esqueci do Cris por alguns momentos, fiquei mergulhada no meu "mundinho-mãe" e quando via estava completamente escabelada e vestida como uma sobrevivente de guerra! Fora isso, me peguei "esquecendo" de perguntar a ele como tinha sido o dia e etc, coisas banais mas que demonstram o quanto a gente se importa com a outra pessoa. Esse é um ponto muito delicado na vida de qq casal e hoje, 1 ano depois, agradeço por ter um maridão de verdade, que pegou junto nos cuidados com o Téo e soube compreender o momento que estava vivendo.
Paraíso 6: Meu MaridÃO.
Junto com a loucura de esquecer do marido e até de si mesma tenho que lembrar do quanto a presença REAL do Cristiano foi (e é) uma bênção. Ele chegou ao cúmulo de programar as férias para o mês do provável nascimento do Téo para poder nos acompanhar (pausa licença-paternidade de 5 dias pra mim é piada despausa). Foi ele quem garantiu a minha paz e confiança na hora do parto, quem me preparava um rango entre uma mamada e outra, quem me ajudou a cuidar dos seios completamente inchados e doloridos, e pasmem: foi capaz de me dizer que eu tava linda ainda na maternidade!
Papai apresentando o Teodoro para o restante da família.
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Para finalizar esse post quero também dividir, principalmente com as "barrigudas" que por ventura lerem esse post algumas dicas. Sei que quando estamos grávidas não falta gente pra dar palpites e conselhos, mas sei também que muitos são valiosos e se tu tá pela net pesquisando blogs e etc é por que tá querendo umas dicas e informações, certo?! Então lá vai a lista, fiz pensando na seguinte frase: "Se eu pudesse dar algumas dicas pra mim mesma antes do Teodoro nascer seria..."
1) Participe de um grupo de grávidas.
Quando estamos grávidas vivemos num "mundo paralelo" que somente outras grávidas entendem! Participei das aulas de Yoga para gestantes da Fabi Panassol e foi simplesmente divino! Além de ser um momento de paz que eu me permitia na correria do dia-a-dia, pude curtir minha barriga, manter o corpo saudável e equilibrado e de quebra passar pelo menos duas horas por semana falando do assunto predileto de toda grávida: a gestação!!! hehehehe Até hoje mantenho contato com o grupo por uma lista de e-mail's e é sempre ótimo!
2) Participe de um grupo nem que seja virtual!
Se não der pra participar com o corpo procure se informar, saiba mais sobre a gestação e tudo que isso envolve. Saiba o que acontece com vocês e seja dona do seu próprio destino. Escolha a maternidade, o "tipo" de parto, o obstetra baseado nas tuas vivências e expectativas. Informe-se e apodere-se!
3) Compre um sling.
Andar por aí com a cria literalmente colada no corpo é sensacional! Nos primeiros meses alivia um pouco a saudade da barriga e permite que o bebê vá se acostumando aos poucos com a vida extra-uterina.
4) Amamente sempre que o bebê quiser.
Não se preocupe com horários e convenções, o bebê tem fome, sede e necessidade de mamar. Ele não vai ficar "mimado" ou "cheio de manias" porque teve uma necessidade tão básica atendida. Confie, com o tempo ele mesmo vai estabelecer os intervalos mais "regulares".
5) Dê colo, cheire, beije o seu bebê.
A premissa é a mesma da dica anterior: aconchego é necessidade básica de um recém-nascido. Com o agravante de que ele só vai ter esse tamanho uma vez na vida, portanto a-p-r-o-v-e-i-t-e ;-)
6) Confie nos seus instintos.
Isso é algo bem "irracional", não tem jeito e não adianta fingir que não é contigo: alguma coisa dentro de ti sabe o que o bebê precisa. Ponto. Obedeça. Pra que ficar lutando contra isso? Eleja outros inimigos, não os teus próprios sentimentos.
7) Procure um Hospital Amigo da Criança.
Com convênio ou pelo SUS: busque um hospital credenciado pela UNICEF e Ministério da Saúde como Amigo da Criança, nele você tem uma equipe preparada para te ajudar na amamentação, profissionais preparados para acolher as mamães inseguras e encorajá-las a amamentar. E também na hora do parto. Vale a pena!
8) Ajude outras mães: Banco de Leite.
Compartilhe com outras mães e bebês a dádiva que recebestes. Lembre-se: cada prematuro toma, em média, 10ml de leite por dia, se tu te dispuser a doar um mísero copinho de 100ml já colaborou com 10 bebês!!! Maioria das mulheres que têm prematuros levam um certo tempo para começar a produzir leite, além de outros casos de impossibilidade, então os bancos são imprescindíveis! Em Porto Alegre indico com salvas de palmas o Banco de Leite do Fêmina. Estive lá algumas vezes e além de doar o meu leite excedente sempre fui acolhida com carinho e respeito. Quando tive dúvidas, mesmo as mais "banais" pude ligar para o Disque-Amamentação: (51) 3314-5353 e recebi o mesmo carinho por telefone. É um lugar onde amamentar é prioridade, e os esforços são para que tu descubra em ti esse poder.
Para outras localidade é possível acessar a Rede Brasileira de Bancos de Leite e ver os serviços disponíveis por regiões.
9) Entregue-se sem culpas a maternidade e peça ajuda se precisar.
Ninguém é infalível. Você vai errar. Então não se martirize. Não tá segurando a barra? Peça ajuda. Vale qualquer pessoa de confiança: marido, mãe, irmã, padre, guru, amigas. Permita-se ser frágil, reconheça seus "erros" procure consertá-los e aproveite o grande "acerto" de ser mãe. ;-)
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